quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Capítulos dos Yoga Sutras

Os yoga sutras são divididos em quatro padas ou capítulos, que cobrem a arte, a ciência e a filosofia da vida:

1) Samadhi Pada (capítulo sobre a contemplação)
2) Sadhana Pada (capítulo sobre a prática)
3) Vibhuti Pada (capítulo sobre os poderes)
4) Kaivalya Pada (capítulo sobre a emancipação e a liberdade)

Os quatro padas correspondem na cultura hindu aos 4 varnas ou divisões do trabalho, aos 4 asramas ou etapas da vida, aos 3 gunas e o estado além deles (gunatita), e aos 4 purusarthas ou metas da vida - estudaremos isso mais tarde.

O primeiro pada, que estudaremos daqui em diante, equivale a um tratado sobre dharma sastra, a ciência do dever religioso. Dharma é traduzido como aquilo que sustenta, anima e apóia a quem caiu, está caindo ou está a ponto de cair, na esfera das práticas éticas, físicas ou mentais, ou em sua disciplina espiritual. O objetivo da lei do dharma é a emancipação. O dharma é a semente do yoga,  e kaivalya, a libertação, é o seu fruto.

Neste pada, Patañjali define o yoga e os movimentos da consciência, chamados citta vrtti. Este capítulo, Samadhi Pada, está dirigido àqueles raros que já estão mais evoluídos a fim de lhes permitir manter seu estado avançado de inteligência madura e sabedoria. Pressupõe-se que para a maioria (de nós) não iniciada, Patañjali tenha revelado a atraente possibilidade de samadhi logo no começo dos Yoga sutras, para que pudesse servir como uma luz que nos atrai em direção à disciplina yóguica, que nos refinará até o momento em que nossa alma se manifeste.

A palavra samadhi consta de duas partes: sama significa “parecido, similar, direito, imparcial, justo, bom e virtuoso”; e adhi quer dizer “em cima ou acima”, isto é, aquele que vê, a testemunha indestrutível. Samadhi é descobrir a fonte da consciência – aquele que vê – e logo difundir sua essência, de maneira imparcial e uniforme, através de cada partícula da inteligência, mente, sentidos e corpo. Samadhi é ver a alma cara a cara, um estado absoluto e indivisível de existência, em que se dissolvem todas as diferenças entre corpo, mente e alma.

"Aquele que vê" - o estado de buddha; desidentificação com o ego.